Apesar de todos os percalços da CPMI do 8 de janeiro, entre as principais perguntas que ainda se faz é se houve ou não omissão por parte do Governo Federal. O sumiço das imagens gravadas sob pretexto que focam apenas três meses armazenadas é quase uma prova de que faltam explicações plausíveis e o depoimento do ex-ministro Gonçalves Dias na última semana teve inclusive conselho do senador Esperidião Amin (PP/SC). Ao interrogá-lo, Amin alertou: “Não pague o pato sozinho”.
O senador citou episódio ocorrido em Salvador e completou: “ Em nome de sua carreira lhe seguro: não deixe de pensar nisso. Não pague o pato sozinho, O sr está sendo abandonado pelos mesmos que o abandonaram em Salvador.”, disse Amin.
O episódio de Salvador aconteceu em 2012, quando o Governo Federal estava sob o comando de Dilma Roussef e o estadual sob o comando de Jaques Wagner, ambos do PT. Havia então uma greve dos Policias Militares e Gonçalves Dias era o comandante da 6 Região Militar do Exército da Bahia e responsável pelas negociações. Ocorre que em fevereiro, os grevistas ofereceram um bolo pelo aniversário de Gonçalves Dias, que os abraçou a confraternizou com eles o que teria ocasionado sua saída do cargo. A época o exército chegou a negar o afastamento.
Gonçalves dias em 2012 quando recebeu um bolo de aniversário de PMs em greve – FOTO TV BAHIA
Durante o depoimento, Gonçalves Dias não relatou nenhuma conversa com algum de seus superiores. No depoimento desta segunda-feira (4), o ex-secretário executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Carlos José Russo Assumpção Penteado assegurou que Gonçalves Dias não repassou à equipe os alertas da Abin sobre os ataques de 8 de janeiro.
No ritmo que vai, a tendência é que o ex-ministro de Lula seja apontado como responsável pela omissão e o governo como em tempos anteriores, afirme que de nada sabia. Enquanto isso, a população aguarda sentada alguma atitude por parte de autoridades em relação ao sumiço de imagens que poderiam servir como provas e que foram apagadas.
