Obra milionária abandonada em Criciúma é alvo de audiência pública da Câmara de Vereadores - Karina Manarin

Obra milionária abandonada em Criciúma é alvo de audiência pública da Câmara de Vereadores

Foram encaminhadas medidas decisivas durante a audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Criciúma, nesta quarta-feira (23), com o objetivo de resolver os problemas gerados pelo abandono da obra do empreendimento Santa Vita Saúde Center, que se encontra nas proximidades do Hospital São José.

A reunião, proposta pelo vereador Dr. Luiz Carlos Fontana (PL), contou com a presença de autoridades, representantes da Vigilância Sanitária, da Prefeitura, do Hospital São José, além de membros da comunidade.

Audiência foi proposta pelo vereador Luiz Fontana (direita na foto)

O encontro teve como foco principal a busca por soluções para minimizar os riscos à saúde pública, segurança urbana, além dos danos ambientais causados pela paralisação da obra.

A audiência destacou a gravidade da situação, com a proliferação de animais peçonhentos e os riscos estruturais que já afetam a comunidade e comprometem o entorno.

A gerente de Vigilância em Saúde, Andréa Goulart, informou que já foram aplicadas multas no valor de R$ 24.900,00 à empresa responsável, mas que as ações administrativas chegaram ao fim. Ela explicou que, agora, a decisão sobre o futuro do processo caberá ao Poder Judiciário. 

Gerente de Vigilância em Saúde, Andrea Goulart, explicou que já foram aplicadas multas

Andréa Goulart ainda destacou que, embora não haja registros de casos de dengue, a Vigilância Sanitária tem se preocupado com o risco devido à proliferação de animais peçonhentos no local.

Ela reforçou o compromisso da equipe com a prevenção e explicou que, embora a coleta no local tenha sido realizada por agentes especializados, o trabalho de monitoramento e controle de zoonoses é uma prioridade.

“Nós temos a obrigação de agir. Somos servidores públicos e, como tal, nossa responsabilidade é atender à população”, afirmou Andréa.

Ela também explicou que o foco da Vigilância está em evitar que a situação se agrave, com especial atenção à possibilidade de surtos de dengue caso o ambiente se torne propício à proliferação do mosquito transmissor. “Nós nos preocupamos, sim, com a dengue no futuro, porque esses animais podem, sim, vir a propagar doenças. E é por isso que o trabalho está sendo feito com seriedade e empenho”, completou.

Explicações sobre a paralisação da obra

O diretor técnico do Hospital São José, Dr. Paulo Henrique Góes, explicou durante a audiência que a paralisação da obra do Santa Vita ocorreu devido a problemas estruturais no terreno.

Ele esclareceu que parte da área onde o empreendimento está localizado foi doada ou adquirida com a condição de uso voltado à saúde.

O projeto Santa Vita surgiu como uma tentativa de garantir sustentabilidade financeira ao hospital, que enfrenta dificuldades devido à baixa remuneração do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Apesar de o empreendimento ter uma finalidade privada, o objetivo sempre foi gerar receita para fortalecer o sistema público de saúde”, afirmou Dr. Paulo.

Ele também informou que, inicialmente, o valor estimado para a obra era de R$ 18 a 20 milhões.

No entanto, devido às condições do terreno e à instalação de 94 sapatas, surgiram incertezas sobre a viabilidade da continuidade da construção.

“A obra precisou ser paralisada porque, com as condições estruturais do terreno, não é possível avançar sem uma reavaliação técnica completa. A viabilidade do projeto precisa ser reavaliada, e um estudo técnico será fundamental para decidir sobre a continuidade ou não da obra”, concluiu Dr. Paulo Henrique Góes.

Ações imediatas são propostas

A reunião também destacou a necessidade de ações urgentes para proteger a saúde da população, garantir a segurança urbana e preservar o meio ambiente no entorno do Hospital São José.

O vereador Dr. Luiz Fontana enfatizou que a situação exige uma resposta rápida por parte das autoridades competentes.

“A gente sabe que tudo já foi encaminhado de acordo com a Vigilância, que já fez sua parte com autuações. O prazo que eles tinham já está se encerrando. O Ministério Público, mesmo não presente, está ciente da situação. Eles [empreiteira responsável pela obra] foram multados, estão devendo impostos, e isso está afetando a população. Se não pagam impostos e abandonam o imóvel, é a comunidade que sofre. Vamos encaminhar tudo para os responsáveis nos próximos dias e com certeza teremos uma resposta”, afirmou Fontana.

Encaminhamentos definidos

Durante a audiência, foram definidos os seguintes encaminhamentos:

  • A atuação imediata da Vigilância Sanitária para combater os riscos à saúde pública, como a proliferação de animais peçonhentos e possíveis surtos de doenças.
  • A realização de um estudo técnico sobre os danos estruturais no terreno ao redor do empreendimento, para avaliar a viabilidade da continuidade da obra.
  • A solicitação ao Ministério Público de Santa Catarina para mover uma ação judicial contra a empresa responsável pelo abandono da obra.
  • A discussão sobre a possibilidade de declarar o imóvel de utilidade pública, o que facilitaria a resolução do impasse jurídico.
  • A análise do impacto ambiental, incluindo o estudo sobre a nascente no terreno e a avaliação dos danos causados pela paralisação da obra.
  • A identificação e responsabilização dos responsáveis legais pela obra abandonada, incluindo a empresa e seus representantes.

De acordo com o vereador Dr. Luiz Fontana, esses encaminhamentos foram definidos em conjunto com os moradores presentes, visando resolver de forma prática os problemas gerados pela paralisação da obra.

A prioridade é minimizar os impactos à comunidade, garantir a saúde pública, proteger o meio ambiente e assegurar a responsabilização dos envolvidos, para que a situação seja resolvida de forma eficaz.

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