Candidato a prefeito de Criciúma pelo Podemos, o Cel da Reserva, Cosme Manique Barreto ataca diretamente o prefeito Clésio Salvaro, do PSDB, avalia que há sentimento de mudança na cidade e que falta planejamento. Na entrevista que concedeu ao site, Cosme admite também que seu projeto político, caso não seja eleito para a prefeitura neste ano, é uma candidatura a deputado estadual em 2022.
O sr sempre teve uma certa ligação com o MDB. Antes, quando o sr não era da Reserva da PM o sr teve essa identificação. O que o fez optar pelo Podemos quando o sr resolveu ser candidato a prefeito de Criciúma?
Onde eu comandei, em alguns locais eu tive apoios no sentido institucional de conseguir efetivo, de conseguir algumas obras para a instituição onde eu comandava. Mas nos últimos dois, três anos algumas coisas realmente deixaram extremamente chateado. Eu já em 2016 sofri a gente chama um capote, eu fui deixado para trás na promoção de Coronel. Eu estava entre as vagas, estava tudo certo para ser promovido e fui deixado para trás. Então comecei a repensar, comecei a ver algumas situações, até porque nunca tive nenhum cargo público direto do MDB. Eu sempre, os comandos que tive sempre foram conquistas, as promoções que eu tive sempre foram conquistas minhas. Então daí para frente a gente conseguiu se estabelecer a partir dessas situações e uma certa independência e liberdade para poder escolher o partido que eu quisesse na hora que fosse para a reserva porque eu sempre gostei e sempre tive um sonho de ser político e o Podemos abriu essa porta, que em outros locais não foi aberta. Houve um convite com a possibilidade de ser candidato a prefeito ou vereador como também na sequência um futuro, não logrando êxito nesse primeiro intento, está aberto para 2022 também uma vaga para candidato a deputado.
Então caso não seja eleito nesse ano, o sr projeta uma candidatura em 2022? Deputado federal ou estadual?
Provavelmente estadual. A gente a partir dessa eleição, início do ano que vem já vai buscar a construção do Podemos no Sul do Estado, ele é pequeno, tem quatro ou cinco municípios instalados aqui no Sul. Então a partir dessa construção projeta uma candidatura a deputado estadual inicialmente.
Como o sr avalia a questão das pesquisas numa eleição. O sr chegou a aparecer em uma em Criciúma no segundo lugar. Nas últimas o sr já aparece mais atrás…
Eu não consigo avaliar até porque eu nunca trabalhei com pesquisa, não tenho conhecimento exato de como é montado. A gente vê uma gangorra muito grande que para mim se torna até negativo analisar as coisas pela pesquisa. Sabemos que tem candidatos aí que estão desde 1989 na política. Então, esse nome é um nome falado por todo mundo e dependendo da pergunta que é feita por uma pessoa, ela vai responder o nome dessa pessoa. Isso também pode ser um engano.
O sr fala do prefeito Clésio Salvaro?
É… desde 1989 candidato a deputado, a prefeito, a deputado… então é um nome na boca das pessoas. Mas será que é o nome na urna? Essa é minha dúvida. Numa pesquisa é lógico que ele vai aparecer. A gente vê várias pesquisas tipo Amin, deputada candidata do estado. Na primeira, segunda pesquisa ele sai lá em cima porque é um nome conhecido. A partir do momento que se sedimenta a campanha pode ter variações. Mas sempre tá bem mas muitas vezes não se confirma dentro da urna. E a nível local pode ocorrer isso. A gente tem uma caminhada dura, ainda agora de manhã estávamos em caminhada pelo comércio da cidade e a gente vê uma insatisfação grande. Eu brinco assim: a gente não está vendo o voto do Salvaro.
O sr acha que tem um sentimento de mudança?
Eu acho que sim. Acho que há um movimento de mudança, pelo movimento que teve na eleição presidencial em 2018 eu vejo na cidade de Criciúma, muito forte, vários ambientes que a gente circula, quem vai ser o premiado não sei. Domingo é que a gente vai saber se esse sentimento que a gente percebeu foi forte o suficiente para ter a mudança ou não. Mas não acredito que a eleição será igual às últimas que tiveram na cidade.
O sr tem pouco tempo na TV mas apresenta um programa redondo, bem feito e ali o sr fala em Cidade Digital. Como seria essa Cidade Digital?
A gente trazer tecnologia para a cidade. A gente vê aqui nós temos sinaleiras do século passado. Não temos um sistema de trânsito … continua o mesmo de quando foi inaugurado lá nos idos de 2000 por ai. Há poucos dias atrás fiz a utilização do sistema amarelinho, a gente vê cada parada de ônibus que também né? Tudo do século passado. Então eu vejo que temos que mudar sim. Temos que terminar o nosso Centro Tecnológico, colocar a prefeitura dentro de um celular. A assinatura eletrônica dos documentos oficiais, tramitar documentos dentro da prefeitura eletronicamente como ocorre no Governo do Estado. Em 37 anos de Polícia Militar, a gente consegue ainda realizar um serviço razoável com efetivo de 9,5 mil homens, extremamente defasado para um estado com 7 milhões de habitantes, porque a gente jogou vários procedimentos para dentro de um celular. Tudo se tronou muito mais rápido dentro da instituição Polícia Militar. E a gente queria levar isso para a cidade. Nós temos uma administração na idade da pedra. Fazendo nichos de asfalto. Lá tem um líder que pode carrear votos para mim. Eu vou lá naquele entorno e faço o asfalto. Sabendo que é um dos piores modelos dentro de um bairro ou comunidade. Porque no momento que tiver que fazer um esgoto pluvial ou de dejetos, terá que quebrar tudo de novo.
Então falta planejamento?
Sim, a gente vê a prefeitura Municipal de Criciúma sem qualquer planejamento. Vamos lá, na área da saúde. Temos uma Unidade de Atendimento ali na Próspera, se andar 200 metros vai chegar no 24 horas da Próspera da Praça da Chamine e se andar mais um pouco no Centro Social Urbano, na antiga creche, ainda estava lá há uns dois meses que estive lá os desenhos da creche nas paredes transformado em uma Unidade de Saúde. Será que em 700, 800 metros precisa ter três Unidades de Saúde? Será que uma Unidade de Saúde dessa não poderia estar em outro bairro mais populoso?
Isso estaria incluído nesse planejamento digital?
Sim. É a gente pensar a cidade macro, pensar o todo. Quando se distribui obras a gente tem que pensar em toda a cidade, onde ela vai atingir. Porque não fazemos um APP para a marcação de consultas? É coisa simples, qualquer guri recém formado na área de TI monta e muito bem feito. Então a gente vê uma prefeitura sem pensar. Está fazendo por fazer. Não há diálogo entre as peças que trabalham no chão de fábrica, digamos assim, com a cabeça. E a cabeça só pensando em política em vitória, apenas isso.
O sr hoje é candidato a prefeito e colocou aqui na entrevista que pode se candidatar a deputado caso não seja eleito nesse ano. O sr tentaria novamente uma eleição para a prefeitura? Seu sonho é a prefeitura?
Eu tenho o grande sonho de ser prefeito sim. A história que eu venho acompanhando de prefeito em Criciúma é muito pobre, a construção dele. A gente está aqui do lado, na Avenida Centenário inaugurada lá em 1974, 75, três pistas ela tinha. Na época tinha 10% dos veículos. Está ali também uma rodoviária da mesma época, pensada lá, sendo funcional ainda hoje. A gente tem que jogar essa cidade para frente. Não imediatista. Imediatista é essa palhaçada que fizeram de três postos de saúde um do lado do outro ou pegar essas ruazinhas onde tem cabo eleitoral e fazer asfalto. Só que daqui a pouco terá que ser quebrado tudo. É aquilo que o Gaeco coloca, pagaram uma empresa que faz o asfalto e foi feito 70% daquele asfalto por uma empresa da prefeitura. Então, para onde foi esse dinheiro do asfalto? Para que foi? De repente eu vou dizer que usei R$ 100 mil para uma campanha oficialmente e ai? Então é esses fatos que vejo que Criciúma há um bom tempo não tem prefeito, Estamos desde 2008 com o mesmo grupo comandando a prefeitura e das mesmas coisas acontecendo. É Gaeco, caso das lajotas, obras mal feitas, obras não terminadas, obras inauguradas há um ano atrás praticamente e está la a praça ainda sendo revirada. Não tem transparência em sua administração. Por isso não querem jogar a administração dentro de um sistema digital. Porque os números não vão mais ser tirados de lá de dentro. A partir do momento que faz o teu planejamento, o teu orçamento e tem a coragem e a transparência de colocar ali dentro você vai mostrar que você é transparente. Que está lá para fazer uma cidade melhor, não políticos profissionais, carreiristas como estamos vendo.