Anistia: não são os deputados que decidem. MDB com pré-candidato ao governo. O que disse Pezenti em Criciúma - Karina Manarin

Anistia: não são os deputados que decidem. MDB com pré-candidato ao governo. O que disse Pezenti em Criciúma

O deputado federal Rafael Pazenti (MDB), lançou em Criciúma no último sábado, o deputado estadual Antídio Lunelli como pré-candidato a governador pelo MDB.

Na entrevista que concedeu ao blog por ocasião do aniversário do vereador Marcos Machado (MDB), o deputado avaliou que o partido deve ter um candidato próprio, disse que já conversou com Antídio Lunelli e a ideia e que ele percorra o estado. 

“Para fazer negócio ruim, isso eu aprendi com meu pai, não precisa ter pressa. Se for para entregar todo o partido em troca de uma vaga na majoritária a gente pode fazer lá nos 48 do segundo tempo, pouco antes do juiz apitar o final da partida. Agora temos que ter um candidato a governador. Eu estou batendo bastante nessa tecla”, resumiu.

Na entrevista, o deputado falou também sobre a pressão para que o projeto da anistia seja votado e disse que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta “está em maus lençóis”. 

Deputado Pezenti concedeu entrevista ao blog em Criciúma

Veja a entrevista:

Sua avaliação quanto a participação do MDB no governo de Jorginho Mello:

Eu defendo que o MDB por ser o partido que mais história tem em Santa Catarina e por ter sido o partido que na última eleição mais candidatos elegeu, entre prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, tenha um candidato próprio. O time que fica um tempo sem disputar campeonato ele vai perdendo torcida e o MDB tem uma torcida muito fiel. Uma torcida que quer balançar a bandeira, vestir a camisa do time e digitar 15 na urna. Então eu defendo que tenhamos um candidato próprio ao governo. E o nome mais óbvio nesse momento seria o de Antídio Lunelli. Conversei com o Antídio, estive na casa dele em Jaraguá do Sul e o Antídio está disposto a percorrer o estado, ele tem condições para isso e é um nome que temos que colocar na vitrine para tentar vender o MDB para que o MDB volte a ser um produto atrativo nas prateleiras quando alguém for buscar uma sigla partidária para se filiar, para começar seguindo.

Então seria também o fortalecimento de um partido que já foi muito forte no estado, que teve líderes como Luiz Henrique da Silveira ?

É natural que quando a gente perde um líder tao consolidado como Luiz Henrique da Silveira o partido leva um tempo para voltar a ser liderado por alguém tão forte. O MDB diferente de outras siglas é um partido que não tem dono. Sempre teve líderes mas o Luiz Henrique nunca foi dono do partido. Outras siglas têm proprietários e todos sabemos quem são essas pessoas. O MDB não. O MDB é diferente em cada uma das regiões e em casa uma das regiões, ele também é liderado pelos deputados, pela liderança local que exerce sua influência ali.

O sr defende que o MDB tenha um candidato ao governo. Nós já temos aí um pré-candidato do PSD, João Rodrigues e temos o governador Jorginho Mello, pré-candidato à reeleição. São dois candidatos fortes. Como é essa chapa que o sr defende para o MDB? 

Precisamos ter um candidato a governador e mostrar que o projeto tem viabilidade. Rodar o estado, apresentar nosso pré-candidato ao estado de Santa Catarina e não só o estado mas o  projeto que ele tem para o nosso estado. O Antídio é um empresário de muito sucesso . É alguém que tem condições de deixar sua vida particular de lado para se dedicar única e exclusivamente ao governo nos próximos quatro anos. Então o foco nosso é ter um candidato a governador. Deve ser esse na minha concepção. As composições a gente faz no momento seguinte, no momento certo. Se lá na frente, aos 48 do segundo tempo a gente perceber que o projeto não tem viabilidade ai sim a gente senta para conversar. O que não pode é o MDB com o tamanho que tem, a história que tem, se entregar para um projeto em troca de uma vaga na majoritária. Para fazer negócio ruim, isso eu aprendi com meu pai, não precisa ter pressa. Se for para entregar todo o partido em troca de uma vaga na majoritária a gente pode fazer lá nos 48 do segundo tempo, pouco antes do juiz apitar o final da partida. Agora temos que ter um candidato a governador. Eu estou batendo bastante nessa tecla. 

O sr é deputado federal e agora temos a uma campanha pela votação da anistia. Como está esse assunto na Câmara dos deputados?

O Hugo Motta está em maus lençóis. Porque ele prometeu o impossível de entregar. Para a esquerda ele prometeu que não pautaria o projeto. Para direita ele prometeu que pautaria o projeto. Conseguiu votos de ambas as alas ideológicas, fez 444 votos para presidente da Câmara e agora não consegue agradar nem um nem outro. Ou melhor, só consegue agradar a um dos lados. Não vai conseguir agradar aos dois.

E qual o sr acha que ele vai agradar?

No momento está agradando a esquerda né? Ele está muito reticente, fazendo força para os líderes partidários conversarem com os integrantes de suas bancadas para não apoiarem a anistia. Está muito claro o posicionamento dele. Ele não quer pautar. Mas a pressão está muito grande. E a pressão sobre os deputados acaba chegando no ouvido do Hugo Motta também. Vai para a mesa dele o tempo inteiro requerimento para que o projeto da anistia seja votado.

Mas como o sr vê?

Na minha avaliação o projeto vai ter que ser votado por conta da pressão que o povo faz. Porque lá em Brasília, no final das contas, nessas matérias mais polêmicas não são os deputados que decidem, é o povo que decide. Eu estava lá em Brasília quando aconteceu o impeachment da Dilma Roussef. E vi muitos deputados contra o impeachment votarem a favor com medo de não se reelegerem. Brasília é uma espécie de um automóvel e o combustível desse veículo é a pressão popular. Se o povo entender a força que tem, consegue aprovar ou rejeitar qualquer proposta. 

O sr acha que isso demora?

Aí não tem como prever né? Qualquer  prazo que eu te disser aqui vai ser meramente um chute, um palpite. Posso acertar mas posso passar muito longe também. Agora, nesse momento o projeto não será pautado. Isso tenho segurança para te afirmar. Mas se o povo continuar pressionando e os deputados passarem essa pressão ao presidente da Casa, é bem provável que ele paute. Pode até trabalhar contra a aprovação, mas pautar ele vai precisar pautar.

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