O cenário favorável a Moisés
Independente do relatório da Polícia Federal que diz não haver indícios da participação do Governador Moisés no caso dos respiradores, ainda corre na Assembleia Legislativa o processo de impeachment número 2, que além da questão da compra dos respiradores com pagamento antecipado por R$ 33 milhões e a não entrega dos equipamentos, analisa também a tentativa de instalação de um Hospital de Campanha em Itajaí. Dos deputados eleitos para compor o Tribunal no entanto, pelo menos um pode votar a favor do Governador Moisés. Trata-se de José Milton Scheffer, do PP, (Foto),que votou em plenário pelo prosseguimento do processo de impeachment mas que, antes disso, fez papel de um dos maiores defensores do Governo de Carlos Moisés.
Com isso, assume papel enigmático no processo porque nenhum posicionamento dele chegaria próximo do grau de estranheza constatado no voto do deputado Sargento Lima, do PSL, no primeiro Tribunal do Impeachment.
O que corre nos bastidores da Assembleia aliás, é que pode haver movimentação para evitar novas surpresas como o fenômeno Lima. Neste sentido, pode-se avaliar que, ao contrário da primeira votação do impeachment, onde todas as apostas convergiam para o afastamento do Governador, na segunda votação, Moisés pode ser salvo pela própria Assembleia, não dependendo mais do voto de desembargadores. O cenário está completamente aberto e totalmente indefinido mas soa como favorável ao Governador se somada também a questão do relatório da Polícia Federal.
Em defesa
Presidente da Assembleia Legislativa, deputado Júlio Garcia, do PSD, em pronunciamento ontem enalteceu a conduta dos deputados na votação do processo de impeachment 1 e o voto do desembargador Luiz Felipe Schuch, que foi favorável ao afastamento do Governador Carlos Moisés e da vice, Daniela Reinher, sem partido. O deputado citou ainda a súmula 339, do Supremo Tribunal Federal e disse que o desembargador “ não perdeu tempo com matéria vencida”. LEIA MAIS AQUI
” É a prova cabal de que estamos trilhando o
caminho certo e agindo republicanamente,
gostem as torcidas ou não gostem”
Deputado Júlio Garcia ao citar ontem os 14 processos que o Governador Moisés recorreu à
justiça para tentar barrar o impeachment, e o placar de 14×0 para a Assembleia
A súmula
A questão em pauta é que a súmula aponta “não caber ao poder judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimento de servidores públicos sob fundamento de isonomia”. Nessa linha de raciocínio, o reajuste dos Procuradores mesmo que determinado pela justiça, não estaria dentro da legalidade, consolidando o objeto principal do impeachment. A conferir se o julgamento de processo referente ao assunto que estará sob análise do Tribunal de Justiça, levará em consideração a súmula.
Procura-se Lima
Sargento Lima, perdeu ontem a liderança da bancada do PSL na Assembleia Legislativa. A nova líder é a deputada Ana Campagnolo. Lima não participou também da sessão de ontem.
A estréia
Governadora interina Dainela Reinher estreou com cautela mas firme em seu propósito de marcar seu governo com as diretrizes Bolsonaristas. O primeiro sinal foi a nomeação do General da Reserva do Exército, Ricardo de Miranda Aversa para a casa Civil. Na coletiva ontem ela disse que vai trocar o secretariado a medida que houver necessidade, mas as apostas é que ela deve aos poucos firmar a marca “bolsonarista” com algumas substituições.
Cautela
A governadora interina foi cautelosa quando questionada sobre o Governo de Carlos Moisés, do PSL mas repetiu várias vezes que a manutenção de um canal de diálogo com os poderes, entidades organizadas da sociedade e imprensa é fundamental. Deixo implícito que não pretende repetir os erros de Moisés.
Perfil
Daniela Reinher batalhou para se livrar da acusação de crime de responsabilidade e provocou o inesperado: com o voto do Sargento Lima, se viu salva do afastamento do cargo. Pelo perfil, deve trabalhar para efetivar-se no comando do Estado.