A filiação de Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro concretizou na manhã desta terça-feira em Brasília sua filiação ao PL, partido pelo qual deve concorrer à reeleição em 2022. A sigla tem a terceira maior bancada da Câmara com 43 deputados federais, ficando atrás apenas do PSL, com 54 e do PT, com 53. A filiação de Bolsonaro deve aumentar o número já que a tendência é que deputados federais eleitos pelo PSL em 2018, sigam em parte o presidente. No evento de filiação, além da presença de líderes do PL de todo o Brasil, integrantes do PP, como o presidente da Câmara dos deputados, Arthur Lira. Em seu discurso, Bolsonaro, que estava há dois anos sem partido, disse que a escolha foi difícil e classificou o evento como “simples mas de muita importância”. A importância política do evento está justamente na definição do presidente, que vai servir de bússola aos que ainda procuram uma sigla visando a participação nas eleições do próximo ano. Tanto para os seguidores de Bolsonaro quanto para os que não estarão no mesmo lugar onde ele estará, caso do Governador Carlos Moisés da Silva, de Santa Catarina.
O caminho de Daniel Freitas
O deputado federal Daniel Freitas, deve definir em uma semana em qual partido deve se filiar para concorrer à reeleição em 2022. Ele pretende uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro nos próximos dias para buscar orientação sobre se deve filiar-se também ao PL ou a outra sigla que provavelmente estará na aliança com Bolsonaro nas eleições do próximo ano. Em entrevista à coluna, Freitas enfatizou que tem convite do PP, PL e Republicanos.
“ O PL, PP e o Republicanos estarão de mãos dadas na defesa da reeleição do presidente Jair Bolsonaro em 2022 e essa parceria deve se repetir em Santa Catarina”
- Deputado Federal Daniel Freitas após o evento de filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL
Menos um
A filiação do presidente Bolsonaro ao PL, e a parceria citada pelo deputado federal Daniel Freitas fazem avaliar que a filiação do Governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva ao Republicanos está mais distante. Além dia tendência de Moisés não estar onde o presidente estiver, o PL tem Jorginho Mello como pré-candidato ao governo do estado.
Sintonia
Com o distanciamento do Republicanos, Moisés tenta maior aproximação com o MDB. Nesta semana, além do encontro com o presidente estadual da sigla, Celso Maldaner, demonstrou nesta terça-feira, fina sintonia com o ex-governador Eduardo Moreira. Moisés tomou posse como presidente do Codesul, onde foi apresentada também a nova diretoria do BRDE que tem Eduardo Moreira como diretor financeiro, a convite de Moisés.
Quebra-cabeças
O quebra-cabeças a ser resolvido na citada parceria entre o PL, Republicanos e PP também respinga na proporcional nos estados. O Republicanos por exemplo, já deixou claro que a prioridade é a nominata para a eleição de deputados e gostaria da contribuição dos líderes de possíveis partidos aliados para isso. Na montagem e nas contas, pode acontecer por exemplo a filiação de Daniel Freitas e Carmen Zanotto ao Republicanos.
Bastidores
Já corre nos bastidores a informação que o empresário Luciano Hang, possa se filiar ao republicanos e não mais ao PL, como anteriormente previsto. O nome dele é citado como possível candidato ao senado em 2022.
Orando
Enquanto isso em Criciúma, o prefeito Clésio Salvaro, do PSDB, que começou novamente a ter seu nome citado como possível candidato ao Governo em 2022, ora ao lado da deputada federal Geovânia de Sá. Os dois participaram de culto da Assembleia de Deus nesta semana. Salvaro tem possibilidade mínima de renunciar a prefeitura para participar do pleito eleitoral do próximo ano. O que está garantido é o apoio dele para a reeleição de Geovânia, uma das principais parceiras da administração Salvaro em Criciúma.
Conversa
O senador Jorginho Mello, que é pré-candidato ao governo de Santa Catarina pelo PL, é dos líderes do estado mais próximos ao presidente Bolsonaro e trabalhou incansavelmente nos bastidores para reverter o impasse que suspendeu a data da primeira filiação do presidente ao partido. Em entrevista à coluna, ele informou que no estado “só não conversa com partidos de esquerda” e que nos últimos dias manteve diálogo com líderes de várias siglas, incluindo o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro que comandará o União Brasil em Santa Catarina e é pré-candidato ao Governo pela sigla.
A vice
A movimentação em Brasília, com a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL foi acompanhada de perto pela vice-governadora Daniela Reinher, que oficializou sua entrada no PL há quase quinze dias em evento estadual do partido em Lages. A princípio, para concorrer a uma cadeira na Assembleia em 2022.
O número
O deputado estadual Ivan Naatz, um dos principais entusiastas da candidatura de Jorginho Mello ao Governo de Santa Catarina e crítico ácido do Governador Moisés também acompanhou de perto a filiação do presidente Bolsonaro ao PL em Brasília. “Podem haver outras campanhas pró Bolsonaro no estado mas só a nossa terá o número dele”, resumiu o deputado após o evento.
O filho
Além do presidente Jair Bolsonaro, o filho dele, senador Flávio Bolsonaro e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, assinaram ficha ao PL nesta terça-feira. Rogério Marinho deve concorrer a vaga de senador pelo Rio Grande do Norte, estado pelo qual já foi deputado federal por três mandatos.
Discurso
Em seu discurso, Flávio Bolsonaro agradeceu ao presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto por “abrir as portas do partido” e citou também representantes do PSL, partido pelo qual foi eleito senador em 2018, Republicanos, partido ao qual se filiou ao deixar o PSL e o Avante.
